Um dos maiores especialistas mundiais em construção de barcos em materiais composites (fibra de vidro, fibra de carbono, resinas termofixas e materiais de núcleo), Jorge Nasseh, diretor da Barracuda Technologies (Rio de Janeiro, RJ), dividiu seu terceiro livro em duas partes: uma primeira, básica, para atingir o laminador inexperiente, e uma segunda, avançada, para demonstrar um novo processo de construção de barcos, de sua criação. O livro tem introdução de Nestor Volker, do estaleiro argentino Néstor Völker Yacht Design.
Laminação Manual
Nasseh começa o capítulo explicando por que a laminação manual é um processo do passado. Ele diz que, seja em eficiência de método ou em resultado final, a laminação manual não é mais páreo contra qualquer outro processo de fabricação de peças em composites. Mas Nasseh explica também que, sem o aprendizado da laminação manual, nenhum laminador vai muito longe. Pois laminar manualmente é o método pelo qual todo laminador começa a entender de composites. Ou seja, as dificuldades enfrentadas na laminação manual fazem o bom construtor em outros processos. Outro motivo que obriga o fabricante a entender de laminação manual é que, em maior ou menor grau, qualquer outro processo faz uso de tarefas manuais de construção (para cortar ou recortar os reforços, efetuar lixamento, pintar ou efetuar polimento nas peças).
A laminação manual consiste em laminar com resina uma ou várias camadas de reforço (fibra de vidro, carbono ou aramida) sobre um molde, dispersando a resina de modo uniforme sobre as fibras e esperando pela cura da resina. A laminação só pode ser feita com duas ou três camadas de reforço por vez, por causa da liberação do calor da peça. A laminação manual também serve para peças em materiais sanduíche, havendo técnicas e adesivos especiais para esse tipo de aplicação. Nesse caso, a linha de colagem entre as camadas possui importância fundamental.
Moldes
Segundo Nasseh, tudo começa com o molde, que, segundo ele, é sempre muito mais difícil de laminar que uma peça.
Cera Desmoldante
Moldes novos requerem aplicação de mais desmoldante para que eles retenham quantidade suficiente de produto. Se for usado, o molde precisará ser limpo. O excesso de cera também ajuda a colar a peça nova no molde. A cera deve ser removida com solvente.
Os desmoldantes mais comuns são os de cera, os líquidos tipo semipermanente e o álcool polivinílico. Desmoldantes para poliéster e epóxi são diferenciados, pois para lidar com temperatura são necessários produtos especiais. Na aplicação de cera, moldes novos requerem pelo menos seis demãos. Quanto maior o intervalo das demãos, melhor. Moldes continuamente usados requerem apenas duas demãos.
(cont.)
* Resenha que foge do perfil das outras deste blog, pelo fato de eu ser editor técnico da revista Composites & Plásticos de Engenharia. Essa condição motivou-me a ir mais fundo, resumindo os principais tópicos - e portanto o conteúdo - do livro. A intenção não é contudo desmotivar a compra do livro em si, que pode ser feita no site http://www.barracudatec.com.br. Por todos esses fatores esta resenha não tem data para acabar (junho de 2011).
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